sábado, setembro 22, 2007

E por vezes ...

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

quinta-feira, maio 17, 2007

Revivendo Gil Vicente na ESA Cultural

A turma do 9º C, da ESA, levou à cena, nos dias 15 e 16 de Maio, um excerto da obra "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente.

Esta actividade integrou-se na Semana Cultural que decorreu nos dias 14, 15 e 16 de Maio do corrente ano. O estudo da obra de Gil Vicente despertou nos alunos grande interesse e disponibilidade para recriarem o ambiente social da época do dramaturgo. A visão caricatural que nos é dada da sociedade daquele tempo também se pode aplicar aos dias de hoje, pois as pessoas continuam a não agir de acordo com os princípios e valores morais que dignificam a condição humana. Foi interessante apreender o modo como os alunos interiorizaram e "viveram" a mensagem transmitida por Gil Vicente.

quarta-feira, maio 16, 2007

ESA Cultural - Notícia - 14 a 16 de Maio de 2007

Meninos, novo desafio: elaborem uma notícia da ESA Cultural. Não se esqueçam de aplicar as características deste tipo de texto jornalístico. Recordam-se? Título (antetítulo ou subtítulo opcionais); Parágrafo Guia ou Lead (também Cabeça da Notícia), que responde às questões 3QO (Quem?, O Quê?, Quando? e Onde?)e Corpo da Notícia (que desenvolve o Como? e o Porquê?). Vamos lá, quero que apresentem através da opção "comentário".

sábado, maio 12, 2007











Aqui estão algumas fotos dos preparativos para a grande peça de Teatro, "Auto da Barca do Inferno".
Decorem os textos, porque, em breve, lá estaremos, em cima do palco e uma imensidão de gente à nossa volta.

quinta-feira, abril 12, 2007

Um Peixe de Água Marinha e a sua Vida


-Olá, humanos! Eu sou um peixe daqueles do oceano Atlântico que passa a vida junto dos seus irmãos, primos, pais, tios, avôs, bisavôs e trisavôs a fugir de tubarões ou de outras criaturas assustadoras que passam a vida a caçar e a comer-nos. Mas antes de me queixar de que os tubarões nunca tiram férias, ou nunca vão para um sítio que está muito longe daqui, eu vou-me queixar de outra coisa: do ambiente miserável onde eu vivo. O meu ambiente está sempre poluído, os homens, com as suas indústrias esquisitas lançam para a água todo o tipo de coisas miseráveis que não me fazem nada bem, pelo contrário – só mal! E, hoje em dia, essas coisas, vindas sei lá de onde, aumentam! Vem diariamente em quantidades loucamente grandes! O grande problema não é só que, essas coisas, que para nos e ``chines´´, destrõem as nossas casas e o nosso maravilhoso ambiente, mas também que trazem doenças horrorosas, que nos matem! Eu não sei o que se esta a passar. Já vi muitos peixes a sofrerem por causa das doenças provocadas por coisas esquisitas, que se tornaram tóxicas. Até eu já apanhei uma doença estranhíssima, e não sei o que esta a passar-se comigo. Por vezes, estou com dor de cabeça, e já me sinto muito cansado de estar tantas vezes a procura de um habitat, onde poderei viver em paz com a minha família. Mas não e assim tão mal como pensam, nos sempre podemos encontrar um esconderijo onde ninguém consegue encontrar-nos, ate nem os terríveis tubarões, e onde podemos descansar em paz, sem qualquer perigo. Quando vamos a superfície respirar um bocadinho, de nos, de vez em quando passam navios gigantescos, que correm cada vez mais riscos de se partirem ao meio e afundar, ou afundar simplesmente, libertando aquela anormíssima quantidade de petróleo sobre nós. Mas felizmente e por acaso temos sorte de estarmos vivos, e não pescados pelos navios fabricas com pescadores que andam por todo o lado atrás de nós, ou assassinados pelos navios de petróleo, mas ninguém quer perceber que nos pertencemos a uma espécie que esta em risco de extinção. Nos não nos encontramos em qualquer lado. Já não vimos seres como nos há muito tempo. Para qualquer lado que vamos encontramos inimigos. Onde não não inimigos, encontramos perigo. Só os humanos e que nos podem ajudar. Não há outra solução. Nós não somos capazes de fazer alguma coisa que pelo menos possa ajudar a resolver os nossos maiores problemas, de todos os tempos. Os humanos podem ajudar-nos de seguinte maneira: em vez de remeter para o oceano todo o tipo de lixo e de substâncias tóxicas, podem queimá-los, controlando a temperatura da combustão, evitando poluir a atmosfera; em vez de fazerem navios tão grandes e longos, podem fazer uns mais curtos, e mais pequenos impedindo assim, durante as tempestades, que os navios compridos dobrassem ou afundassem, evitando mortes de peixes. Espero bem que vão pensar nisso.
Nemo

Conversa imaginária da Ministra da Educação com o Anjo e com o Diabo

(Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação em Portugal de Março de 2005 a Novembro de 2006, aparece na Barca do Inferno)

Diabo – Com que então, senhora ministra, nem se digna a falar comigo?


Maria de Lurdes Rodrigues – Para que preciso de falar contigo, Diabo? Eu fui ministra da Educação de Portugal e fui morta por um professor enfurecido, que espero bem que tenha tido o que mereceu… Melhorei, e muito, o ensino em Portugal. Porque razão hei-de ir para o Inferno?

Diabo – Professor esse que fugiu de Portugal e que acabou por dar o seu nome à escola na qual ensinava…

Maria de Lurdes Rodrigues – Não interessa. Não quero perder mais tempo contigo, ó Diabo. Eu já sei muito bem que vou para o Paraíso, portanto deixa-me ir embora…

Diabo – Como queira, mas se calhar ainda volta…

(A Ministra da Educação dirige-se à Barca da Glória)

Maria de Lurdes Rodrigues – Ó Anjo, deixa-me entrar, senão ficas a substituir o Diabo!

Anjo – Eu, deixar entrar uma tirana como a senhora? Alguma vez? Você vai é acompanhar o seu amigo José Sócrates…

Maria de Lurdes Rodrigues – Ó Anjo, eu acompanhá-lo-ei de boa vontade, desde que seja para o Céu. Eu fui nomeada ministra da Educação de acordo com a Constituição e apenas deixei de o ser porque fui morta por um professor enfurecido. Esse é que deve ir para o Inferno.

Anjo – Não se preocupe, que esse tal professor que a matou é mais um que vai acompanhá-la até ao Inferno.

Maria de Lurdes Rodrigues – Isto já parece um tribunal português! Isto não passa de um caso como tantos outros em que não se aplica a justiça.

Anjo – Olhe, eu sei que você gostava que eu lhe aplicasse a injustiça, como você aplicou nos professores e nos alunos de Portugal, mas aqui julgamos com justiça tanto as pessoas justas como as pessoas injustas, portanto pode-se retirar e retornar à Barca do Inferno, que é o sítio para onde vai, uma vez que será feita justiça.

(A Ministra retorna à Barca do Inferno)

Diabo – Bom dia, senhora ministra… Por aqui de novo?

Maria de Lurdes Rodrigues (enfurecida) – Sim, estou aqui de novo! Leva-me para o Inferno! Pelo menos poderei ver as outras pessoas do governo português!

O mundo é dos loucos

“O mundo é dos loucos”. Às vezes, a maneira como o mundo anda, leva as pessoas a pensarem assim, e com razão. É assim no mundo actual e era assim há cem, duzentos, quinhentos ou mil anos. Em “O Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, o “Parvo” foi para o Céu, enquanto a maior parte do resto das personagens foi para o Inferno.
Normalmente, nas eleições, as pessoas escolhem políticos que se podem considerar “loucos”, apesar de os eleitores nem repararem nisso à partida. Muitas vezes os políticos apenas detêm esses cargos por interesses pessoais. Alguns deles tomam o poder através de golpes de estado e oprimem o povo, não permitindo coisas como a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Isto acontecia no século XVI, pois também não eram permitidas estas liberdades. Nessa época havia a Inquisição, que perseguia e torturava quem tivesse opiniões religiosas e políticas diferentes. Muitas vezes chegavam a queimar pessoas vivas. Era ou não era dos loucos, esse mundo?
Actualmente, as ditaduras continuam a existir, apesar de isso não acontecer em Portugal. Mas, durante o século XX, Portugal enfrentou uma ditadura e na Alemanha, Adolf Hitler era o verdadeiro exemplo do “louco”. Este achava que pessoas ideais eram as pessoas altas, loiras e de olhos azuis, apesar de ele não o ser, e desprezava os outros tipos de raça, com especial destaque para os judeus.
Todos estes tipos de loucura não contribuíram pela positiva para o mundo, tanto agora, como há mil anos. Mas, infelizmente, o mundo continua a ser dos loucos.

O coração tem razões que a própria razão desconhece

Antes de iniciar a minha composição, queria estabelecer a minha ideia de coração e de razão.
A razão significa a justiça, tanto para o bem como para o mal, enquanto que o coração significa a ilusão do que é justo.
Para um julgamento ou crítica de um artigo, de uma pintura ou de uma pessoa que desconhecemos, utilizamos sempre a razão, o mesmo não acontece quando apreciamos ou criticamos algo que não nos é familiar, acabamos sempre por beneficiar esse alguém, mesmo que não queiramos, com excepção dos casos de vingança. É esta a ilusão do coração que não nos deixa julgar as pessoas chegadas a nós com imparcialidade, mas será que isto deve ser assim?
Eu acho que não, pois cada caso é um caso e deve ser tratado sempre com a razão em questões de justiça, pois temos todos os mesmos direitos, independentemente de serem nossos amigos ou familiares. Mas, em casos de afectos como o perdão, sou defensor do uso do coração.
Cada coisa tem uma maneira de ser resolvida, mas seja o que for que esteja em causa, façam as vossas apreciações com coerência.

“O coração tem razões que a razão desconhece”

Pensei que teria muitíssimo para comentar quando me apercebi que a professora solicitara que desenvolvêssemos uma composição acerca da frase: “O coração tem razões que a razão desconhece” , mas agora que me encontro em frente do meu computador, vejo que talvez não seja assim tão simples!
Será que o nosso coração tem sempre razão? Conseguirá ele discernir o bem do mal? Terá sempre bom senso e ajudar-nos-á a tomar as decisões mais acertadas? Será que ele tem a capacidade de bem julgar? Ou de fazer juízos sensatos? Terá ele sempre as justificações certas para os nossos problemas?... Tantas perguntas e todas elas sem uma resposta adequada! Por mais que tentasse não conseguiria responder da forma mais correcta a todas elas...
Na minha opinião, o coração ajuda-nos a tomar decisões, nem sempre as mais acertadas, mas como em tudo na vida, temos de saber cair, e voltar a levantar-nos!
Por vezes fazemos “coisas” menos acertadas, que não nos prejudicam só a nós, mas também as pessoas que mais amamos e que mais nos fazem bem, tantas vezes sem sabermos porquê...
Tantas e tantas vezes somos criticados por tomarmos certas decisões, que nem nós sabemos se são as mais indicadas, ou se nos vão fazer felizes, mas que na altura, são as que nos parecem mais indicadas, e que nos aconselha o coração, tenha ele razão ou não...
De facto não consegui, indubitavelmente, desenvolver este tema como queria, mas ao contrário do que pensava, esta frase é bastante complexa, e apesar de maravilhosa, é compreensível mas bastante difícil de explicar...

Cada vez mais na escola e na rua nos deparamos com actos de violência e de extrema falta de educação. Mas na escola acontecem, a meu ver, com mais frequência.
E ridículo ver um jovem aproximar-se de outro e por razão nenhuma dar-lhe uma estalada. Também se torna ridículo ver um jovem empurrar outro imensas vezes por puro gozo. Mas mais ridículo é vermos que são os nossos amigos a sofrer e que não somos capazes de fazer nada para os ajudar. Não fazemos por medo?
Que ridículo medo de gente que não faz nada na vida para além de implicar com os outros. Medo de alguém cujo o seu único problema é ver que os outros são felizes e conseguem bons resultados a nível académico. Mais do que pena dos meus amigos sinto pena dos agressores, porque para além de si mesmos não têm mais ninguém a gostar deles. Será que gostam de si mesmos?
Perante uma situação destas pergunto-me se serei mesmo amiga de quem digo ser! Os amigos são para todas as situações, TODAS mesmo!
Um amigo defende outro nem que seja preciso meter-se no meio de uma briga, ou chamar à atenção a quem cometeu o acto de malvadez. Um amigo não se ri do sofrimento de quem diz ser amigo, (como tantas vezes vi). Um amigo não tem medo de nada nem de ninguém quando se trata do sofrimento do seu amigo.

Teresa Gomes

terça-feira, abril 10, 2007

Amigos Sem Asas

Agradeço aos meus anjos sem asas
Que vivem lá em casa
Agradeço aos meus amigos
Que sempre foram meu abrigo
E que nunca me deixaram esmorecer

Quero dar-lhes uma declaração
Não com palavras mas com o coração
Que mostre o quanto amo
E quero esse encanto
Para sempre viver

Vocês que...
Quando me viam sorrindo
Sorriam comigo
E quando me viam chorando
Continuavam sorrindo

Não por falsidade, mas para me animar
Pois se uma lágrima caía
Logo um sorriso tomava seu lugar

Obrigado, meus anjos sem asas
Que vivem lá em casa
Para minha vida completar!!!

Um dia agradecer-vos-ei por tudo...
O que têm feito por mim...
Merecem tudo de bom...
A única coisa que vos posso dizer é
Desejar-vos muita felicidade....
E quando precisarem estarei sempre
AQUI!

terça-feira, março 27, 2007

O coração tem razões que a própria razão desconhece.

O coração tem razões que a própria razão desconhece. Quem é que ainda não ouviu esta frase? Mas será que todas as pessoas que a ouviram, a compreenderam completamente? Eis a questão! Nem eu própria sei se o que penso acerca desta frase é o correcto. Talvez até haja várias formas de a interpretar. E escrever sobre tão misteriosa frase é um desafio para mim.

Muitas vezes, o que move o Mundo é o amor, a paixão e não propriamente a razão, o que está certo.
É por esta gigantesca incógnita que agimos, por vezes, de forma inconsciente. Quantas vezes, sem sequer nos darmos conta, agimos de forma patética, sem qualquer razão aparente, só porque o coração nos guia? Quantas vezes o coração manda mais que a nossa consciência? Quantas vezes o coração caminha em frente, age, sem sequer nos apercebermos? É por Amor. É por Amor que muitas vezes fechamos os olhos para o que está mesmo diante dos nossos olhos, porque, muitas vezes, preferimos a ilusão à desilusão. É por amor que cometemos loucuras. É por amor que choramos, que sofremos.
O Amor. Que sentimento tão difícil de ser decifrado! Não há palavras que o definam melhor do que a original: amor! Sentimento incansável, quase impossível de tentar explicá-lo, defini-lo. Mesmo assim, não me canso de questioná-lo. Não discrimina, não separa, não julga, não prefere nem escolhe. Não é indiferente, tem compaixão, tem a sua própria razão. Razão essa que desconheço, que desconhecemos, que a própria razão desconhece.